Somos humanos e frágeis por isso estamos aqui de passagem. J. Eustáquio

Este blog tem como objetivo principal auxiliar os estudantes de Biologia da UESB na materia de Paleontologia, bem como suas práticas e variantes. Além de informar a comunidade a cerca dos acontecimentos durante a materia.

sábado, 28 de agosto de 2010

FORAMINÍFEROS PLANCTÔNICOS NO QUATERNÁRIO DA BACIA DE PELOTAS: ESTUDO DE CASO EM PERFURAÇÃO OFF-SHORE

SANDRO M. PETRÓ, MARIA A. G. PIVEL & JOÃO C. COIMBRA

Depto. Paleontologia e Estratigrafia, IG/UFRGS, RS, sandro.petro@ufrgs.br, magomezpivel@usp.br,
joao.coimbra@ufrgs.br

A Bacia de Pelotas está situada entre os paralelos 28°S e 34°S, sendo limitada ao norte pelo Alto de Florianópolis e ao sul pela Bacia de Punta del Este, possuindo extensão de 210000 km² até a isóbata de 2000 m. A Bacia de Pelotas tem sido alvo de estudos baseados em diversos grupos de microfósseis, entretanto, em termos de bioestratigrafia e paleoceanografia, poucos trabalhos foram publicados até o momento. Os foraminíferos têm sua distribuição determinada por certas condições oceanográficas, por isso, ao encontrarmos certas espécies, podemos estimar as condições ambientais vigentes à época em que o organismo vivia. O principal objetivo deste trabalho é a realização de um estudo paleoceanográfico preliminar em uma perfuração do Quaternário da Bacia de Pelotas, a partir da identificação da fauna de foraminíferos planctônicos. Foram analisadas 14 amostras de um testemunho coletado na porção offshore, localizado sob 2841 m de coluna d’água, com recuperação de 6,81 m de sedimento. As amostras foram desagregadas, lavadas em peneira de malha 0,062 mm, secadas em estufa a 60°C e, novamente, peneiradas em malha 0,150 mm, sendo essa última fração a utilizada para a identificação das espécies. Das 14 amostras preparadas, cinco apresentam quantidade significativa de foraminíferos, três contêm poucas testas e seis são estéreis. Foram identificadas 23 espécies e, dentre as mais abundantes, estão: Globigerinoides ruber (morfotipo white), Globigerinita glutinata, Globigerina bulloides e Globorotalia inflata. Das cinco amostras representativas, três contêm a espécie Globorotalia menardii, indicando o fim de um estágio interglacial. O cálculo da paleotemperatura foi realizado através de um método que utiliza algoritmos matemáticos, e os resultados foram comparados aos obtidos com os registros da ocorrência da espécie G. menardii. As espécies mais relevantes de foraminíferos foram fotomicrografadas em Microscópio Eletrônico de Varredura no CEM/UFRGS.

- Boletim da Sociedade Brasileira de Paleontologia Nº 62

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